Por questões de segurança
evito grandes alturas
troco os riscos do firmamento
- espetáculo tão belo!
pelos caminhos subterrâneos
Mas como não erguer aos céus os olhos
o pobre espectador
quando sai à superfície?
Por não viver tais fortes emoções
exijo a presença
dos rabiscos celestes
em minha retina
Presenciei maravilhado
um vôo inigualável
um anjo ali na minha frente
Me estendeu a mão
eu medroso me encolhi
era um convite ao vôo
Vou?
Levemente fui subindo
pluma ao vento
suave indo
Volteios sublimes
como quem pinta
um negativo à luz
O céu foi nossa folha em branco
Lá em cima eu pude
finalmente sentir
uma insustentável leveza
e quem dera fosse eterna
Mas me veio a vertigem
vontade de chão
desejo e medo
quem dera, quem dera...
As mãos se soltaram
soltei um grito
e caindo minha queda
só tive tempo de pensar:
- QUE BOM! -
Doeu
Já na terra
tratei de cavar
voltar ao
subterrâneo
e lá cravar
o meu traço
O anjo foi voando
seguiu seu rumo
Hoje saio mais vezes ao sol
e sempre olho pra cima
procurando o anjo
lembrando de meu dia de pássaro
ciente de minha vertigem
e não nego que tenho esperança
de ser ainda convidado pra dança
É o que eu mais desejo
É o que eu mais temo
verti...
PEQUENO: adj., de dimensão reduzida; de baixa estatura; que ocupa pouco espaço; limitado; apoucado; acanhado; mesquinho. DELITO: do Lat. delictu; s. m., facto que a lei considera punível; ofensa à moral; crime; atentado; falta; culpa.
segunda-feira, 11 de junho de 2007
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